O silêncio das ruas na votação das reformas

O presidente Michel Temer se reuniu neste domingo com seus principais ministros e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e do Senado, Eunício Oliveira, para retomar a agenda econômica.Temer que aproveitar a gratidão da base de apoio no Congresso para votar as reformas tributária e da previdência.

A aprovação das reformas foi uma das razões para Temer não retalhar os tucanos que votaram divididos no arquivamento da denúncia contra ele.O PSDB ocupa 4 pastas no governo e a expectativa é que na votação das reformas não roa a corda.

Por mais impopular que possa ser, diante do silêncio das ruas o governo fica cada vez mais ousado. E tem pressa.

Durante a votação da grave denúncia de corrupção que poderia afastar Temer do Planalto as panelas simplesmente silenciaram. Nada de camisetas da CBF, de bandeiras do Brasil, com a população indignada ocupando as ruas. CUT, UNE, MST, também ficaram bem quietinhos.

O PT deu até uma mãozinha à Temer para garantir o quórum da votação. Apostando no desgaste do Governo até 2018.

E agora todo mundo está se perguntando qual a razão desse silêncio das ruas, uma vez que, segundo pesquisas, o Governo tem 94% de rejeição.A reflexão do escritor português  Miguel Torga feita em outra época cai como uma luva para este momento de inércia da sociedade brasileira.

É curioso, diz Torga: o país ergue-se indignado, moureja o dia inteiro indignado, come, bebe e diverte-se indignado, mas não passa disto.Somos, socialmente, uma coletividade pacífica de revoltados.

Então, que venham as reformas!

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