Deflagrada pela Polícia Federal (PF) na terça-feira (11), a operação Ross – um desdobramento da “Patmos”, deflagrada pela PF em maio de 2017- fez buscas em endereços de políticos em 8 estados e no Distrito Federal, tendo como principal alvo o senador Aécio Neves (PSDB).
As investigações partiram de delação de empresário do grupo J&F (controlador do frigorífico JBS), que teria feito pagamentos de R$ 110 milhões ao Senador e a partidos aliados do tucano. Também estão sendo investigados os senadores Antônio Anastasia (PSDB-MG) e José Agripino Maia (DEM-RN) e os deputados Paulinho da Força (Solidariedade-SP), Benito Gama (PTB-BA) e Cristiane Brasil (PTB-RJ), entre outros.
Segundo Ricardo Saud, ex-diretor do grupo, a JBS comprou apoio de 12 partidos para formar a coligação que apoiou Aécio nas eleições de 2014 quando o tucano foi derrotado no segundo turno das eleições presidenciais em 2014 por Dilma Rousseff (PT).
A operação se baseia em informações de empresários, que teriam relatado na denúncia, a compra de apoio político com doações de campanha e caixa 2, por meio de notas frias.
Saud relata que a relação do tucano com a JBS era antiga, Aécio teria favorecido o grupo enquanto era governador de Minas Gerias, liberando mais de R$ 24 milhões em créditos de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e prometendo atuar pelos interesses da empresa caso fosse eleito presidente.
Rateio de R$ 43,17 milhões para 12 partidos
– PTB – R$ 20 milhões
– SDD – R$ 15,27 milhões
– DEM – R$ 2 milhões
– PMDB – R$ 1,5 milhão
– PMN – R$ 1,3 milhão
– PTdoB – R$ 1 milhão
– PTN – R$ 650 mil
– PEN – R$ 500 mil
– PSL – R$ 150 mil
– PSC – R$ 100 mil
– PSDC – R$ 50 mil
O senador defende, em nota, que a delação tenta chamar de propinas o que teriam sido doações eleitorais legais e registradas nas eleições de 2014.
O tucano informa ainda que “sempre esteve a disposição para prestar esclarecimentos e apresentar documentos”, e que a investigação se baseia em declarações de delatores interessados em manter seus benefícios na Justiça.
Aécio encerra no ano que vem seu mandato no Senado e passará a exercer mandato de deputado federal, ele foi eleito em outubro.
Com informações do Congresso em Foco e Agência Brasil