Ministério Público Federal instaura investigação criminal contra torcedores machistas

O Ministério Público Federal no Distrito Federal abriu inquérito criminal para apurar crime de injúria, supostamente cometido por brasileiros durante a Copa, contra uma mulher russa, conforme vídeo amplamente divulgado na imprensa e nas redes sociais.

Na gravação, os homens levam a mulher a repetir palavras de baixo calão, em português, referentes ao órgão genital feminino, sem que ela saiba o significado do que diz.

As investigações, requisitadas em regime de urgência e prioridade, permitirão a identificação detalhada dos brasileiros envolvidos. O MPF entende que a conduta dos brasileiros denegriu a dignidade e expôs a estrangeira à humilhação pública, diante do cunho nitidamente machista e discriminatório percebido nas imagens.

A instauração da investigação foi determinada com base nos artigos 1, 3 e outros da Convenção Internacional sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra a Mulher. O documento estabelece a definição do que significa discriminação contra a mulher e garante o exercício dos direitos humanos e liberdades fundamentais em igualdade de condições com o homem.

O primeiro identificado nas imagens do vídeo é Diego Valença Jatobá, um advogado pernambucano que já foi secretário de Turismo em Ipojuca, na região metropolitana do Recife.

O segundo homem reconhecido no vídeo é Eduardo Nunes, policial militar em Lages, em Santa Catarina. Em nota, a Polícia Militar afirma que a corporação abrirá um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta irregular do militar.

O terceiro homem identificado é o empresário piauiense Luciano Gil Mendes Coelho. Ele culpa o álcool pelos excessos cometidos: “Toda mulher tem um pedido de desculpas por minha parte, o álcool a mais aconteceu de cometer isso”

O Ministério Público Federal do DF não terá, portanto, nenhuma dificuldade em identificá-los.

 

Informações  MPF/DF

Crédito: Imagem da web