MPF pede 386 anos de prisão para Eduardo Cunha

Na ação Penal da “Operação Sepsis” que investiga desvios do FI-FGTS, da Caixa Econômica Federal, o Ministério Público Federal  pediu á Justiça que os ex-presidentes das Câmara Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves sejam condenados à penas de 386 anos e 78 anos de prisão, respectivamente. Devido aos  supostos prejuízos causados pela corrupção, os procuradores também  pedem uma multa de R$ 13,7 milhões para Cunha e R$ 3,2 milhões para Alves.

Também são réus no processo o ex-vice-presidente da Caixa, Fabio Cleto, o corretor Lúcio Bolonha Funaro e Alexandre Margotto. Como os três fecharam acordo de delação premiada as penas estipuladas são de 30 anos para Funaro, 10 anos para Cleto e nove anos para Margotto.

As alegações finais foram apresentadas na 10ª Vara da Seção Judiciária do DF, onde tramita a ação.

Entenda o caso 

A Operação Sepsis revelou as atividades ilícitas desta organização criminosa que atuava na Caixa Econômica Federal.

O esquema foi montado a partir da nomeação de Fábio Cleto como vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias (VIFUG) e passou a atuar atendendo demandas dos empresários com projetos na CEF em troca de pagamentos de propinas.

A nomeação foi feita em 2011, durante o governo Dilma Rousseff, por indicação de Lúcio Funaro á Eduardo Cunha, que por sua vez, repassou o currículo de  Fábio Cleto, ao então líder do PMDB na Câmara Henrique Alves, que solicitou nomeação ao então Ministro da Fazenda Guido Mantega.

A partir daí o novo “funcionário”  passou a realizar aprovações de investimentos  do FGTS sob as ordens de Cunha e Funaro.

Segundo depoimentos dos delatores a partilha da propina destinava 4% para Fábio Cleto e Margotto, 12% para Funaro e 80% para Eduardo Cunha, que fazia a distribuição do dinheiro a outros integrantes do PMDB.

A Organização criminosa atuou em favor das Operações Haztec, Porto Maravilha, Aquapolo, Saneatins, Br Vias, Eldorado, Lamsa, Brado Logística E Moura Dubeux.

Segundo o MPF, Henrique Alves, também participava do esquema criminoso e teria recebido propina do Projeto Porto Maravilha e da Carioca Engenharia.

Para os procuradores, Eduardo Alves participou ativamente do esquema criminoso. Recebeu propina referente ao Projeto do Porto Maravilha,  e  também teria sido pago pela Carioca Engenharia, em razão de seu cargo de parlamentar e, em especial, de seu papel na indicação e sustentação do cargo de Fábio Cleto, na Instituição.

A “Operação Sepsis” foi deflagrada em junho de 2015 pela Policia Federal e pela Procuradoria Geral da República.

Confira a íntegra das alegações finais do Ministério Público.

MPF – Alegações Finais

Em depoimento ao juiz federal Valisney Souza, Lúcio Bolonha Funaro confirmou o esquema montado para beneficiar empresas junto ao FI-FGTS da Caixa Econômica Federal. Confira depoimento.