Encontrados os carros de Queiróz

The Intercept Brasil revela em reportagem desta semana ter encontrado os carros de Fabrício Queiróz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O assessor foi denunciado pelo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf) em uma movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão em sua conta bancária, que inclui um cheque de R$ 25 mil reais à primeira dama Michele Bolsonaro.

Fabricio Queiróz não respondeu à quatro intimações do Ministério Público do Rio de Janeiro, para explicar a origem de toda a dinheirama, alegando problemas de saúde.

O sumiço do assessor do filho do presidente Jair Bolsonaro foi motivo de “memes” durante semanas nas redes sociais. Todos se perguntavam onde está Queiróz?

Então, ele reapareceu, não no Ministério Público, onde era esperado, mas na rede de televisão de Silvio Santos, conhecido aliado de Jair Bolsonaro.

A explicação de Queiróz sobre a origem da estranha movimentação chega a ser simplória: Além de um salário de R$ 23 mil reais, ele informou ao tímido repórter, que sempre fez dinheiro vendendo e revendendo carros usados. Isso mesmo: “comprava um carrinho, mandava arrumar e revendia”, simples assim.

The Intercept verificou junto ao Renajud, sistema do Conselho Nacional de Justiça que permite buscas no Registro Nacional de Veículos Automotores que Queiróz tem apenas dois veículos em seu nome: um Voyage 1.0 ano 2010 e uma Belina GL ano 1986. Segundo a tabela Fipe, o valor dos dois carros somados não chega a 25 mil reais.
O repórter do SBT também não perguntou sobre a movimentação financeira de Queiróz, que acontecia bem nos dias de pagamento da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerg).

Em 2016, por exemplo, era só a Alerj pagar os assessores que Queiroz recebia dinheiro, sempre em depósitos em espécie, em valores que se repetiam todos os meses.

Além disso, segundo informações da Revista Veja os depósitos eram feitos por outros assessores de Flávio Bolsonaro na conta de Queiróz, a filha do ex-assessor, Nathalia Melo de Queiroz, por exemplo, entre dezembro de 2016 e outubro de 2018 era secretária parlamentar lotada no gabinete de Jair Bolsonaro em Brasília, com uma renda bruta mensal de R$ 10.088,42, mas ao mesmo tempo atuava com “personal trainer” no Rio de Janeiro.

De acordo com o relatório do Coaf e informações levantadas pelo Jornal Folha de São Paulo e o Antagonista, Nathalia transferiu, no intervalo de 13 meses, R$ 84.110,00 para uma conta do pai.

Os dois, pai e filha, foram exonerados no dia 15 de outubro, Queiroz do gabinete de Flavio Bolsonaro, no Rio de Janeiro e Nathalia da assessoria de Jair Bolsonaro. As duas demissões aconteceram um dia depois que saiu a primeira notícia sobre as movimentações suspeitas na conta do agora ex-assessor.

O Ministério Público está tentando desde dezembro ouvir as explicações de Queiróz, sua mulher e filhas, todos enrolados no esquema, mas até agora ninguém atendeu as convocações da Instituição.  O Ministério Público também tentou ouvir Flávio Bolsonaro, que por sua vez, pelas redes sociais, também declinou do convite.

E você, achou as explicações de Fabrício Queiróz convincentes?

 

Com Informações: The Intercept Brasil, Veja e Folha de São Paulo

 

 

 

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