A Feira do Livro de Brasília deste ano apresentou uma obra peculiar, o livro de contos Revelações do Imaginário Mágico, do jornalista e produtor eletrônico Valério Azevedo. O livro aborda temas que vão da imortalidade à vida após a morte, da origem da humanidade à capacidade do homem de clonar a si mesmo, passando pela hipótese extraterrestre, pelos mistérios que envolvem as sociedades secretas e pela convivência de humanos com robôs. Seu conteúdo se baseia em lendas e fábulas que atravessaram os séculos, e são apresentadas de forma a estimular a curiosidade do leitor. Embora ficcional, o livro foi inspirado por personagens reais, como o explorador inglês Richard Francis Burton, o clarividente Charles Webster Leadbeater, o sufi Nasrudin, entre outros.
O filósofo Osvaldo Della Giustina, idealizador do Roteiro Místico para o Centro do Mundo – um roteiro de peregrinação turístico-religiosa, analisou a obra e seu autor.
OS ROTEIROS MÍSTICOS DE VALÉRIO AZEVEDO, por Osvaldo Della Giustina.
Conheci, inicialmente, o Valério Azevedo desbravando comigo o “Roteiro Místico para Centro do Mundo” num esforço comum de mostrar ao Brasil ,e ao mundo, que as dimensões telúricas do Brasil, a diversidade de seu território, de suas raças, de suas culturas, de seus conhecimentos, de suas crenças e de seus mitos , poderia também ser um caminho para levar as pessoas para além do turismo.
As pessoas, o Brasil e o Mundo, ao percorrer esse Roteiro desde o surgimento de Brasília mística do sonho de D. Bosco, até o portal da Amazônia nos confins do Araguaia, poderiam descobrir um mundo além do mundo das coisas, como acontece aos que percorrem os caminhos de Santiago, das Montanhas do Himalaia, ou das imensas florestas do Peru, na busca da civilização perdida dos povos primitivos, com suas marcas gravadas em Cusco ou em Matchu Pichu.
Poucos anos depois reencontrei Valério em Moçambique onde, como em outras ocasiões e em outros lugares, carregava seu carma de interpretar as coisas, os homens, suas crenças e seus mistérios, o facilmente compreensível de sua superfície, ou o mágico e incompreensível de seus arcanos.
Creio que Valério somava todo esse Imaginário Mágico a uma vastíssima cultura das crenças, das lendas, da memória remanescente de tempos imemoriais e de suas interpretações, filosóficas, teológicas, ocultas ou comprovadamente históricas e foi desta imensa mistura que, sem anúncios e inesperadamente, mesmo para os que com ele convivem , surgiram ,de repente, feitas livro, as Revelações do Imaginário Mágico.
Por todas essas razões, à seu feitio, Valério transbordou de honestidade, ao alertar, logo na introdução, que “esta é uma obra de ficção” mas imediatamente completa alertando que ”com relação aos riscos envolvidos no acesso a conteúdos mágicos contidos neste volume, sugere-se ao leitor, primeiro informar-se sobre os assuntos de que trata o livro, antes de dar início à leitura”.
Torna-se assim evidente, ao menos para mim, que não é objetivo dele romper o mistério da magia, nem o mistério do homem, que tem na incompreensão, ou no imaginário, o ser essencial de sua existência.
Eu acho que é nessa coragem de deixar que o mistério seja mistério, a magia seja magia, a história seja a história e a verdade ou a dúvida não se demonstrem mas se aceitem no seu ser essencial, imaginário ou existencial, nesta coragem, dizia, está o fascínio das cento e tantas páginas das Revelações, e o convite a uma leitura cativante, inteligente e, sobretudo, reveladora das essências.
A mim, que como confessei no início, conheci Valério Azevedo desbravando o Roteiro Místico para o Centro do Mundo, não tenho dúvidas em afirmar que Valério ao escrever “Revelações doImaginário Mágico” propõe um novo Roteiro para penetrar nas essências do homem, seu imaginário, suas transcendências, seus mistérios, as histórias de suas buscas ou de seus caminhos…
Biografia: Osvaldo Della Giustina é filósofo, jornalista e historiador ítalo-brasileiro. Catedrático da Universidade UNISUL, é o autor do livro Participação e Solidariedade – A Revolução do Terceiro Milênio, obra que preconiza para os próximos decênios uma transição civilizacional, desde a atual matriz geopolítica fundamentada na exclusão e no conflito, até alcançar um estágio de participação e solidariedade, não somente entre os indivíduos, mas também com relação às instituições às nações e às culturas.
Conheça o pensamento de Osvaldo Della Giustina: http://participacaoesolidariedade.com.br
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