O vazamento de conversas entre procuradores de Operação Lava Jato e o atual ministro da Justiça Sérgio Moro, quando juiz na 13º Vara da Justiça Federal em Curitiba, revelados pelo The Intercept Brasil e seus parceiros, tornaram públicas ações realizadas pelos procuradores, para atingir o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.
Esta semana em entrevistas a VEJA e ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot contou que, em 2017, sua relação com Gilmar Mendes tornou-se tão conflituosa que ele chegou a ir armado ao Supremo Tribunal Federal para matar o ministro.
O inimigo da Lava Jato
Conforme relevado pelo jornal o El País, liderados por Deltan Dallagnol, coordenador da Força tarefa durante meses os procuradores discutiram estratégias para coletar dados e informações sobre o ministro Gilmar Mendes para afastá-lo de processos e até pedir seu impeachment.
Outra denúncia revelada pela “Vaza Jato’ tornou pública a atuação ilegal de procuradores da Operação Lava Jato com advogados do setor privado para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. No caso específico, procuradora da República, Thaméa Danelon que coordenadora da Operação Lava Jato em São Paulo, recebeu o aval de Dallagnol para redigir a minuta de pedido de impeachment do ministro do Supremo em parceria com o advogado Modesto Carvalhosa. O Coordenador da Operação em Curitiba, apoio a procuradora e ainda se ofereceu para revisar o documento.
A confissão de Janot
Assim como os procuradores, o ex-procurador-geral da República nutria um ódio pelo ministro que chegou a planejar assassiná-lo.
“Não ia ser ameaça não. Ia ser assassinato mesmo. Ia matar ele e depois me suicidar”, afirma Janot.
Rodrigo Janot conta detalhes dessa história no livro Nada Menos que Tudo, dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin, que será lançado na próxima semana pela editora Planeta.
O conflito entre magistrado e procurador atingiu seu auge quando Janot tentou impedir Gilmar de atuar num processo envolvendo o empresário Eike Batista.
Janot alegou que Gilmar estava impedido de julgar o caso porque sua esposa, Guiomar Mendes, trabalhava no escritório de advocacia que defendia Eike.
Em seguida, surgiram notícias que acusavam a filha de Janot de ser advogada de empresas envolvidas na Lava-Jato. O ex-procurador-geral acusa Gilmar de ter inventado essa história.
O fato o teria deixado tão abalado que ele planejou matar Gilmar em pleno STF. Os dois chegaram a se encontrar na antessala do Tribunal. Janot diz que foi “a mão de Deus” que o impediu de puxar o gatilho.
Em nota o ministro Gilmar Mendes lamentou que “o devido processo legal no País” tenha ficado “refém de quem confessa ter impulsos homicidas. O ministro também recomenda que Janot procure ajuda psiquiátrica e diz que o combate à corrupção no Brasil se tornou refém de fanáticos.
Com informações O Estado de São Paulo e Veja