Ah menina, que cantava e que sorria
saltitando esperanças nos caminhos
brincando de cirandas encantadas
rodopiando cantorias de alegrias.
Ah menina moleca e brincalhona
com olhos brilhantes e gulosos
com boca de balas de anéis
brincando com o irmão no presépio
Jogando n’água barquinhos de papel.
Ah menina insistente e sonhadora!
Colocando os chinelinhos na janela
na espera de um presente de Natal.
Um presente que nunca veio.
E ainda hoje os chinelinhos continuam lá,
na janela de um coração já sem fé.
Mas quem sabe um dia
Nosso Senhor volte á terra
e abraçando a menina já crescida
recoloque os chinelinhos nos seus pés.